Governo evita fecho da Delphi em Ponte Sôr

A situação dos 489 trabalhadores da Delphi em Ponte de Sôr está a ser analisada pelo Ministério da Economia, que também procura soluções para os 400 colaboradores que a Yasaki Saltano quer dispensar da fábrica de Gaia.

J. F. Palma-ferreira (Expresso)

O Governo efectuou ontem a primeira reunião com potenciais interessados em comprar a estrutura industrial da norte-americana Delphi em Ponte de Sôr, cujo encerramento já foi anunciado para 2009. Paralelamente, ainda durante Abril, serão despedidos 400 colaboradores da fábrica da Yasaki Saltano em Vila nova de Gaia.

As negociações para encontrar uma solução para a unidade da Delphi estão a ser desenvolvidas pelo secretário de Estado Adjunto da Indústria e Inovação, António Castro Guerra. O objectivo é salvaguardar a situação das seis fábricas que a Delphi tem em Portugal, sabendo-se que há dois potenciais interessados com projectos para manter estes unidades industriais em laboração.

A unidade da Delphi em Ponte de Sôr, que fabrica assentos para motores e suspensões, emprega 489 trabalhadores, prevendo-se que o respectivo despedimento teria diversas fases até ao encerramento da unidade, que ocorrerá em 2009. Esta situação é complicada porque o grupo Delphi encontra-se em falência técnica nos EUA. Por outro lado, a produção portuguesa da Delphi tornou-se muito pouco competitiva com a forte valorização do euro.


Também a situação da Yasaki Saltano, igualmente do sector automóvel, está a ser acompanhada por Castro Guerra, que tem mantido contactos com o director europeu da Yasaki para serem encontradas soluções de continuidade da laboração. No entanto, é difícil ou quase impossível evitar o despedimento de 400 trabalhadores da fábrica de Gaia, porque estão ocupados na produção de um produto que será descontinuado a 30 de Abril. O Ministério da Economia quer igualmente que sejam encontradas soluções rápidas para a reconversão profissional dos trabalhadores que serão despedido