terça-feira, 29 de abril de 2008

Em Borba - BCP acusado de ter destruído firma.




Barricado em banco sem defensores oficiosos


O homem que se barricou em Maio de 2005 num banco em Borba para tentar resolver um problema criado pela instituição que terá levado à falência a sua empresa, com um prejuízo superior a 500 mil euros, está actualmente sem defesa oficiosa. Segundo José Ventura, hoje com 48 anos, dois dos três advogados nomeados após aquela data não aceitaram o seu caso.
"O outro enganou-me durante dois meses. Disse que iria expor a minha Acusação de fraude contra o banco Millennium BCP, mas nunca o fez. Apresentei uma queixa à Ordem dos Advogados que me justificou que o processo não tem viabilidade", disse ao CM o proprietário da Sampor, empresa que se dedicava ao comércio de equipamentos para a transformação de mármores.
Segundo o queixoso, os problemas com a instituição bancária, na altura Banco Português do Atlântico, tiveram início em Outubro de 2000. "Houve muitas devoluções de cheques, mas resolvi todas as situações. No entanto, dois cheques, no valor de 537 contos e 320 contos, destinados ao pagamento de equipamentos provenientes de Itália, foram devolvidos quando tinha um crédito de 2575 contos", disse.

José Ventura está convencido de que a devolução dos cheques se tratou de uma manobra para não conseguir mudar a conta para outro banco. "Tinha tudo pago às Finanças e Segurança Social, não tinha penhoras e todos os meses pagava o empréstimo. Mas quando decidi negociar com outro banco comecei a ter problemas. Além dos cheques devolvidos ficaram também alguns meses de prestações de empréstimos por pagar tendo dinheiro na conta", referiu.

José Ventura continuou a trabalhar, mas as dificuldades financeiras provocadas pelas constantes inibições do banco arrastaram a empresa para a falência. Em Novembro de 2004 expôs o caso ao Banco de Portugal. Mais tarde recebeu uma resposta a informá-lo de que tinham sido iniciadas diligências. "Nunca soube o resultado da inspecção", disse.

Sem saber a quem mais recorrer, José Ventura decidiu barricar-se no banco exigindo falar com a direcção. "Ficou tudo na mesma. Qualquer dia cometo outra loucura", avisou.

APONTAMENTOS

Condenado
José Ventura esteve barricado no banco durante nove horas. Na sua posse tinha uma pistola de calibre 6,35 milímetros, munida de seis balas. "Não fiz reféns, nem ameaças. Apenas queria falar com a Direcção", disse na altura. Foi detido pela GNR e condenado a 160 dias de prisão, pagos a uma taxa de cinco euros diários.

Inspecção

Em resposta a outra carta enviada em Janeiro de 2007, o Banco de Portugal voltou a informar de que o caso estava a ser acompanhado. "O resultado da inspecção era importante para seguir com a queixa para o Ministério Público. Mas parece-me que ninguém quer que as provas cheguem a tribunal", referiu. O CM contactou o Banco de Portugal, mas não obteve resposta.
Alexandre M. Silva/Correio da Manhã

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